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A doença mais comum na coluna vertebral de cães, a hérnia de disco pode afetar animais de todos os tamanhos.

Extrusão de disco (Hansen tipo I) – acontece principalmente nos cães das raças dachshund, shih tzu, poodle, beagle, yorkshire, buldogue francês, SRD (vira-lata), com idade entre 3 e 8 anos. A lesão normalmente acontece de forma aguda (de repente) e podem apresentar como sinais clínicos desde paralisia das patinhas, ficando paraplégico ou tetraplégico dependendo da localização da lesão, dor, ataxia (incoordenação motora), déficit proprioceptivo (fraqueza) e perda da dor profunda ou seja, da sensibilidade nervosa.

A lesão da extrusão de disco acontece de uma hora para outra. O animal está normal e de repente começa apresentar alterações de locomoção, dor ou incoordenação motora. É bastante comum.

O tratamento da Hansen tipo I pode ser medicamentoso, com a fisioterapia e cirúrgico em casos mais graves. O tratamento com a fisioterapia é indicado para todos os graus de lesão de hérnia de disco.

O que devo fazer se meu cão apresentar sintomas de hérnia de disco (paralisar as patas, sentir dor ou andar cambaleando)?

O ideal é manter ele em repouso absoluto (deixar em um local confinado em casa) e levar o mais breve possível para atendimento veterinário.

Quando a fisioterapia pode auxiliar no tratamento de hérnia de disco?

A fisioterapia no tratamento de hérnia de disco do tipo I é altamente indicada para todos os graus de lesão, desde o paciente que sente dor até o paciente que apresenta paralisia das patinhas. Animais que passaram por cirurgia de hérnia de disco tem a indicação de iniciar a fisioterapia veterinária logo após a cirurgia.

 

Protrusão de disco (Hansen tipo II) – mais comum em cães de grande porte acima dos 7 anos de idade, principalmente nas raças pastor alemão e labrador, a protrusão de disco é uma doença que acontece de forma lenta e progressiva, muitas vezes o cão inicia apresentando dificuldade de se levantar e arrasta a ponta dos dedos no chão ao caminhar e com o passar dos meses e anos vai piorando a lesão chegando até mesmo a paralisar as patas.

O tratamento da hérnia de disco em cães por protrusão pode ser medicamentoso, com a reabilitação (fisioterapia, acupuntura, ozonioterapia ente outros) e cirúrgico. Quanto antes iniciar o tratamento e os sintomas clínicos forem mais leves, melhor é a resposta ao tratamento do paciente.

A artrose é uma doença articular (DAD) degenerativa, progressiva, crônica, não infecciosa e com evolução lenta. Ela ocorre devido a uma degradação da cartilagem articular, causada por uma alteração anormal da articulação gerando uma instabilidade nesta, podendo ser por uma fratura, ruptura de ligamento, bem como por alterações causadas pelo envelhecimento, excesso de peso, exercícios que exigem impactos repetitivos.

O animal com artrose inicialmente apresenta claudicação do membro afetado após exercício, andar rígido e pouca dor, mas com o tempo ele tem alteração de postura, dificuldade de locomover, de levantar e sentar, dor na articulação, inchaço local, diminuição da mobilidade articular e em casos mais graves pode ocorrer atrofia muscular.

Pode ser classificada como primária ou secundária, dependendo da causa. A osteoartrite primária é classificada como distúrbio da senilidade em que há degeneração cartilaginosa por razões ainda desconhecidas. A osteoartrite secundária acontece em resposta à instabilidade articular, sobrecarga articular anormal ou em resposta a outra afecção articular vigente (artrite séptica ou imunomediada). A osteoartrite secundária é a mais observada em cães de pequeno porte.

 

A displasia coxofemoral é o desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral, caracterizado por incongruência articular da cabeça do fêmur com o acetábulo causando subluxação ou luxação completa da articulação em pacientes mais jovens ou artropatia degenerativa leve a grave em pacientes mais idosos. Pode acometer cães e gatos de todos os tamanhos, mas é mais observada em cães de grande porte principalmente nas raças pastor alemão, labrador, golden retriever, buldogue ingês, entre outros.

Gatos com displasia coxofemoral apresentam como sintomas clínicos dificuldade de subir em locais altos, dificuldade de entrar e sair da caixinha de areia, dificuldade em defecar entre outros.

As causas são multifatoriais: fatores hereditários e ambientais participam do desenvolvimento ósseo e tecido mole anormais. Ganho de peso rápido e crescimento por meio de consumo nutricional excessivo podem causar disparidade de desenvolvimento dos tecidos moles de sustentação.

Podem ser observadas alterações como claudicação (mancar), dor leve a severa na região coxofemoral, dificuldade em subir no carro, sofá, escadas, diminuição de atividade, diminuição do apetite, entre outros nos pacientes acometidos pela displasia coxofemoral.

Existem diversos tratamentos para displasia coxofemoral desde o tratamento conservador com medicação e fisioterapia até o tratamento cirúrgico com diversas técnicas como deenervação, Prótese total de quadril, colocefalectomia e, em animais em fase de desnvolvimento, sinfisiodese púbica juvenil, osteotomia dupla e tripla.

O tratamento com fisioterapia da displasia coxofemoral pode ser feito no pós operatório ou também de forma conservadora, sem a necessidade de cirurgia um muitos casos.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Assim que os sintomas clínicos serem observados tendo realizado cirurgia ou não.

É uma necrose asséptica não inflamatória da cabeça femoral que ocorre em pacientes jovens antes do fechamento da fise da cabeça femoral. Conhecida também como osteocondrite dissecante da cabeça femoral e doença de Legg-Perthes.

Predominante em cães de raças toys e pequenas, como Yorkshire, Lulu da Pomerânia (Spitz Alemão), Poodle, Lhasa Apso, entre 4 e 11 meses de idade, a doença afeta ambos os sexos e pode ser bilateral em 12% a 16,5% dos casos.

Os sinais clínicos vão de dor ao caminhar até impotência funcional do membro afetado. Pode ser unilateral ou bilateral. É bastante comum pacientes que tiveram necrose asséptica da cabeça do fêmur apresentarem luxação de patela.

O tratamento da necrose asséptica da cabeça do fêmur é cirúrgico com a colocefalectomia ou prótese total de quadril seguido da fisioterapia no pós operatório.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

No pós operatório imediato.

A RLCCr ou Insuficiência do ligamento cruzado cranial é umas das afecções ortopédicas mais comuns em cães, ela acontece em animais de qualquer tamanho, peso, idade e raça por diferentes motivos, desde um desgaste ligamentar natural que acontece nos cães idosos, por alteração na angulação da articulação do joelho (ângulo do platô tibial elevado), excesso de exercício e queda. A chance da lesão acontecer em cães obesos aumenta por causa da sobrecarga de peso nas articulações. Cães obesos não tem predisposição maior a romper o ligamento, mas o excesso de peso aumenta a sobrecarga sobre os ligamentos, músculos e tendões.

Cães das raças Poodle, Labrador, Golden Retriever, Pit Bull, Buldogue Inglês, Chow Chow, Rottweiller apresentam maior predisposição racial. É frequente a ruptura do ligamento cruzado cranial bilateral já que 30 a 40% dos animais que apresentam RLCCR rompem o ligamento oposto em 2 anos.

Os principais sinais clínicos da ruptura de ligamento cruzado cranial em cães são dor, desconforto ao caminhar, claudicação (animal mancando), perda de musculatura, diminuição do apetite (pela dor)e pode também deixar de apoiar a pata no chão.

O tratamento da RLCCr é o cirúrgico seguido da fisioterapia no pós operatório. As principais técnicas cirúrgicas são TPLO (Ttibial Plateau Leveling Osteotomy), TPLO-M, TPLO double cut, CCWO, CBLO, TTA (Tibial Tuberosity Advancement), EVOLIG, fáscia lata e técnica do fio (sutura anti-rotacional).

Em animais pequenos existe também a possibilidade de fazer o tratamento conservador para a RLCCr sem a necessidade cirúrgica associando medicação para dor com a reabilitação animal, onde será trabalhado o controle da dor associado ao ganho de massa muscular com a utilização da esteira aquática para animais além de outros aparelhos.

A ruptura de ligamento cruzado em gatos existe, mas é mais difícil de acontecer se comparada aos cães, o tratamento com a fisioterapia e acupuntura veterinária apresenta um bom resultado.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Logo após o aparecimento dos sintomas da doença ou no pós operatório imediato.

Bastante comum em cães de pequeno porte, mas também afetando cães de grande porte e gatos, a luxação de patela pode ser medial ou lateral e acontecer em diferentes graus de acordo com as anormalidades musculoesqueléticas  associadas, tais como deslocamento medial do grupo quadricipital,  deformidades ósseas como torsão lateral do fêmur distal, arqueamento lateral do terço distal do fêmur, deformidade tibial principalmente um deslocamento lateral ou medial da crista da tíbia.

Em cães pequenos, a luxação de patela medial é mais comumente observada enquanto a luxação de patela lateral é mais vista em cães de grande porte. Em gatos a luxação de patela pode ser medial ou lateral.

Graus de luxação de patela

Grau I: a patela sai do lugar com a manipulação e, ao soltar e mobilizar o membro volta para o lugar de origem.

Grau I: a patela pode ser deslocada com manipulação manual ou com uma flexão da articulação do joelho. A patela permanece luxada até a redução manual do examinador  ou ser reduzida espontaneamente. Nesse caso já podem ser observadas deformidades angulares ósseas.

Grau III: a patela permanece luxada na maior parte do tempo, mas pode ser reduzida manualmente, porém, após a redução manual, a flexão e extensão do membro ela volta a luxar. Nesse caso já podem ser observadas deformidades angulares ósseas e deslocamento medial do grupo quadríceps.

Grau IV: a patela permanece luxada em tempo integral não sendo possível a redução dela para o seu local de origem normal chegando às vezes ser muito difícil localizar a patela. Nesse caso já podem ser observadas deformidades angulares ósseas tanto do fêmur quanto da tíbia e deslocamento medial do grupo quadríceps

 

O tratamento da Luxação de patela é cirúrgico nos graus II, III e IV seguido de fisioterapia. Muitas vezes é necessário realizar fisioterapia pré operatória para melhorar a condição muscular. Existem diversas técnicas cirúrgicas no tratamento as osteotomias corretivas como a DFO, TTT (Tibial Tuberosity Transposition), CBLO, TPLO-M (Ttibial Plateau Leveling Osteotomy), Prótese troclear e Trocleoplastia.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Logo após o aparecimento dos sintomas da doença, o quanto antes iniciar o tratamento, melhor será para o paciente, ou no pós operatório imediato. A fisioterapia pré operatória é indicada para melhora da condição muscular antes da cirurgia.

As afecções ortopédicas do ombro são consideradas as principais causas de dor e claudicação em membros torácicos de cães adultos. Embora a claudicação seja notável, sua origem pode ser óssea, articular, musculotendínea ou até mesmo relacionada aos ligamentos periarticulares.

O ombro é uma articulação livre com movimentos de flexão e extensão predominantes. Assim, a articulação depende fortemente dos ligamentos para suporte e estabilidade em conjunção com a cápsula articular e estabilizadores ativos do ombro.

Tenossinovite bicipital –  é um processo inflamatório do tendão do bíceps e sua bainha sinovial. É observada com maior frequência em cães de médio à grande porte, de meia idade, não havendo predisposição sexual. A causa provável envolve uso excessivo da musculatura (saltos, impactos, movimentos rápidos com o ombro flexionado e o cotovelo extendido) juntamente com microtraumas repetidos envolvendo o tendão (corridas, saltos, quedas). Cães com tenossinovite do tendão do bíceps comumente apresentam histórico de claudicação exacerbada durante ou após atividade física. À palpação direta do tendão percebe-se dor e desconforto.

Osteocondrite dissecante (OCD)- pode acontecer em diversas articulações como ombro, cotovelo e joelho. É a instalação do processo inflamatório devido à formação de retalho de cartilagem, que pode estar na superfície articular ou livre no espaço sinovial.  Uma das causas mais importantes de claudicação em cães jovens, entre 4 e 8 meses, principalmente os animais de raças grandes e gigantes, de crescimento rápido.

O principal sinal clínico observado em cães é a claudicação (quando animal está mancando), que se apresenta difusa e com intensidade variada, sendo a OCD a causa mais comum de claudicação em cães jovens, podendo estar presente atrofia muscular em casos mais crônicos e também necrose articular.

Luxação de ombro– existem duas formas mais comuns, a luxação medial e a luxação lateral de ombro. Geralmente a luxação medial de ombro acomete os animais de pequeno porte e é congênita, existe uma instabilidade, porém não causa dor, o animal apoia o membro.

Na luxação lateral todos os portes de animais são acometidos, geralmente é traumática e causa dor, o animal vai ficar com o membro flexionado todo o tempo, não apoiando ele no chão.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Imediatamente após verificar que o animal está poupando a pata, para diagnóstico e início do tratamento rápidos, afim de diminuir as chances do desenvolvimento das artroses precoces. Se o animal já foi diagnosticado e encontra-se em tratamento, segue indicada a fisioterapia imediata, pois quanto antes os equipamentos agirem sobre as cartilagens, melhores os resultados de desempenho e devolução da qualidade de vida do paciente.

A displasia de cotovelo é vista nos cães como dificuldade em flexionar e estender o cotovelo, dor e crepitação na movimentação dessa articulação. Em casa alguns sinais que podem ser percebidos pelos tutores incluem claudicação (mancar), restrição em o animal se levantar, recusar descer e subir de objetos, escadas e veículos, passar a comer deitado ao invés de em pé.

É uma doença causada por uma incongruência articular do cotovelo composta por um conjunto de quatro alterações, como serão vistas a seguir. Pode acontecer em animais jovens e idosos.

Fragmentação do processo coronoide (FPC)

A etiologia ainda é desconhecida, mas se sugere duas teorias: (1) a FPC pode resultar de uma lesão de osteocondrose em que a destruição da ossificação endocondral do processo coronoide o deixa vulnerável a degeneração, necrose e formação de fissuras da cartilagem; ou (2) uma incongruência articular no cotovelo congênita (de nascimento), pelo crescimento não sincronizado entre rádio e ulna (que faz que a ulna fique mais longa que o rádio por um tempo durante o processo de crescimento) pode resultar em aumento nas forças de sustentação de peso sobre o processo coronoide medial, o que precipita a formação de fissuras e fragmentação.

Geralmente afetam-se cães de raças grandes (Labradores, Goldens, Rotweillers, Pastores Alemães, Chow-chows…). O processo patológico inicia quando os cães são imaturos, com os sinais clínicos ficando aparentes pela primeira vez entre 5-7 meses de idade.

Ocorre uma claudicação de membro dianteiro, que piora após o exercício, podendo ser aguda ou crônica. Normalmente, os tutores relatam que o animal fica rígido pela manhã ou após o repouso. Pode haver histórico de traumatismo concomitante.

A marcha pode ser rígida e caso encontre-se presente claudicação bilateral (nos dois membros anteriores), o animal pode caminhar com os passos encurtados.

 

Não união do processo ancôneo (NUPA):

É uma doença que afeta cães de grande porte, em fase de crescimento, em que o processo ancôneo não forma união óssea a ulna (osso do antebraço). O processo ancôneo surge como um centro secundário de ossificação no cotovelo com 11 a 12 semanas de idade. Ele não se funde a ulna antes de 4 a 5 meses de idade, portanto o diagnóstico de NUPA não pode ser feito antes dessa idade.

A falha na ossificação endocondral oportuna da ligação do processo ancôneo com a ulna induz espessamento, necrose e fissuras de cartilagem. O estresse de sustentação de peso nessa cartilagem anormal causa a falha na união da ulna.

O animal apresenta-se com claudicação no membro afetado, dor, dificuldade em estender e flexionar o cotovelo e edema.

 

Deformidade de crescimento de rádio e ulna:

Deformidades de crescimento correspondem à conformação anormal de um membro após o fechamento prematuro de uma fise.

 Ocorrem frequentemente por causa do sistema ósseo pareado e da forma exclusiva da fise ulnar distal. Sendo o crescimento sincronizado do rádio e da ulna em cães essencial para o desenvolvimento de um membro anterior normal. O rádio recebe 40% de seu comprimento a partir da fise proximal e 60% a partir da fise distal, enquanto 85% do comprimento ulnar provém da fise distal, com a fise proximal contribuindo com apenas 15%.

Na maioria dos cães, o crescimento se acelera com rapidez durante o 4º a 6º mês e diminui no 9º ou 10º mês. Esse período varia de acordo com a raça (cães menores amadurecem mais rápido que cães maiores), logo é uma alteração que inicia em cães durante o primeiro ano de vida.

Então, as deformidades angulares dos membros podem decorrer de más-formações ósseas, consolidação inadequada de fraturas ou fechamento precoce das linhas fisárias dos ossos longos.

Como consequência a deformidade de crescimento de rádio e ulna, o animal apresentará displasia de cotovelo e alteração de desvio angular em articulação do carpo.

 

 

 

Identificando esses sinais quando começar a fisioterapia?

Quanto antes conseguir começar melhor! Após a decisão sobre o tratamento (cirúrgico ou conservador), a fisioterapia deve iniciar para reduzir a dor causada pelos processos degenerativos decorrentes da Displasia de Cotovelo.

O sistema nervoso periférico são todos os nervos que não fazem parte do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). O cérebro manda informação para a medula e esta para os nervos periféricos que estão ligados a esta transmitindo as informações para o corpo do animal, fazendo com que ele realize todas as suas funções, desde andar até respirar. Ou seja, os nervos periféricos são responsáveis pelas atividades das extremidades e suas funções sensitivas e motoras.

Uma lesão de nervos periféricos causa uma interrupção na transmissão dos impulsos nervosos e das atividades funcionais, gerando perda da sensibilidade, fraqueza muscular e diminuição da massa muscular.  Essas lesões podem ser causadas por traumas, tumores, distúrbios hereditários, metabólicos, infecciosos ou inflamatórios, intoxicações por compostos tóxicos como também medicamentosos.

Quando começar o tratamento de fisioterapia?

A fisioterapia apresenta um resultado favorável no tratamento de lesões de nervo periférico quando não houver uma secção completa do nervo ou uma lesão por esmagamento. Esse tipo de lesão pode levar meses para que a reabilitação.

É uma doença de coluna de alta incidência em cães de grande porte que afeta a coluna vertebral na porção final na região lombo sacra. As raças mais acometidas são o Pastor Alemão, Boxer, Labrador, Golden Retriever, Rottweiller. A síndrome da cauda equina em cães pode acontecer por diversos fatores e piorar o quando dela devido a instabilidade lombo sacra, espondilose e artrose na coluna vertebral.

 A Síndrome da Cauda Equina recebe este nome pois é um conjunto de sinais que comprometem as raízes nervosas que, na região lombo sacra se juntam parecendo uma cauda de cavalo.

Quando ocorre alguma alteração nesta região provoca uma compressão destas raízes nervosas gerando dor na coluna na região afetada, o animal apresenta dificuldade de se levantar, dificuldade de locomoção, atrofia dos músculos dos membros pélvicos, incoordenação motora (andar bêbado, cambaleante), e o animal fica com a cauda flácida e sem movimento, pode levar a incontinência urinária e/ou fecal até automutilação.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Imediatamente após a identificação ou suspeita desses sinais citados, pois quanto antes começar o tratamento maiores as chances de resposta!

Síndrome de Wobbler, também conhecida como espondilomielopatia cervical é uma estenose do canal vertebral, associada com uma compressão mais severa em algum ponto da coluna vertebral cervical, causada por hérnia de disco intervertebral ou má-formação óssea. A causa do síndrome de Wobbler é desconhecida, embora se suspeite de ligações ao rápido crescimento e à genética.

A compressão da medula espinhal por compressões ósseas é mais comum em cães de raças gigantes como o Dogue Alemão, geralmente com menos de 3 anos de idade. Compressão causada por herniação do disco intervertebral associada a uma diminuição natural do canal vertebral é mais comum em raças de grande porte como o Dobermann, depois dos  4 ou 5 anos.

O sinal clinico clássico em cães com síndrome de wobbler é a ataxia proprioceptiva (incoordenação motora) nos membros traseiros. O andar é incoordenado com passadas de amplitude exagerada, geralmente com base aberta. Quando a paresia (fraqueza) também está presente, pode-se ouvir os cães arrastando as patas e podemos visualizar as unhas gastas. O envolvimento dos membros anteriores tende a ser menos óbvio na maioria dos casos, mas com uma avaliação cuidadosa da locomoção geralmente observa-se passadas com amplitude reduzida, fraqueza e/ou incoordenação.

O cão severamente afetado move-se de forma cambaleante, semelhante a uma pessoa embriagada. Esta descoordenação evidencia-se mais quando o cão caminha e é movido rapidamente a dar a volta. Um proprietário desavisado pode simplesmente concluir que o seu cachorro é apenas desajeitado ou trapalhão, quando na verdade ele já poderá estar com fortes dores e incapacidade de utilizar os membros normalmente.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Quando houver suspeita ou forem identificados alguns sinais acima, a fisioterapia pode iniciar de imediato, atuando como anti-inflamatório e regenerador dos neurônios da medula espinhal que possam estar afetados ou comprimidos pelas herniações de disco.

A dor é uma sensação complexa que pode afetar tanto o corpo quanto o estado emocional de um animal. Varia muito de um pet para outro e pode ser causada por diferentes motivos, desde lesões até doenças crônicas. A fisioterapia desempenha um papel importante no tratamento da dor, ajudando a aliviar o desconforto e melhorar a qualidade de vida dos animais. Ela utiliza uma variedade de técnicas, como exercícios terapêuticos, massagens e uso de equipamentos especializados como magnetoterapia, laser entre outros, para tratar a origem da dor, seja ela causada por problemas nos músculos, nas articulações, artrose ou nos nervos. Ao entender o tipo de dor e como ela afeta o animal, a fisioterapia pode ser direcionada para oferecer alívio efetivo, promovendo a recuperação e o bem-estar do pet.

O manejo da cinomose em cães necessita de uma estratégia integrada que combina assistência médica e fisioterapia veterinária para auxiliar na recuperação e reabilitação. A fisioterapia desempenha um papel crucial, oferecendo exercícios direcionados, massagens, estimulação elétrica e terapia térmica para melhorar a mobilidade, fortalecer os músculos, aliviar a dor e promover a reabilitação neuromuscular. Contudo, é essencial que este tratamento seja parte de um plano de cuidados abrangente, sob orientação de um veterinário especializado, garantindo uma abordagem segura e personalizada para cada cão afetado por esta condição viral grave.

A prevenção e o tratamento da obesidade são muito importantes, pois cães que sofrem deste distúrbio são sujeitos a muitas doenças, a diminuição da resistência e complicações cardio-pulmonares, que podem diminuir a estimativa de vida do seu companheiro. Exercícios associado ao acompanhamento de um veterinário especializado irá auxiliar para seu pet ter mais qualidade de vida.

Com o auxílio da fisioterapia, feridas de difícil cicatrização como, por exemplo, as escaras de decúbito, podem ser curadas com maior rapidez e eficácia.

Devido à evolução da Medicina Veterinária e aos maiores cuidados dos tutores, atualmente, felizmente os nossos companheiros estão vivendo mais tempo.
Uma consequência natural é eles apresentarem problemas comuns relacionados com a idade, como câncer, enfermidades hormonais, cardíacas e renais.

Além do tratamento clínico específico com o Médico Veterinário, precisamos ter uma visão global do paciente e dar suporte para fazê-lo vencer ou amenizar a luta contra essas doenças. Pensando nisso, oferecemos terapias como acupuntura e outras técnicas que promovam controle da dor e bem-estar geral.

A doença mais comum na coluna vertebral de cães, a hérnia de disco pode afetar animais de todos os tamanhos.

Extrusão de disco (Hansen tipo I) – acontece principalmente nos cães das raças dachshund, shih tzu, poodle, beagle, yorkshire, buldogue francês, SRD (vira-lata), com idade entre 3 e 8 anos. A lesão normalmente acontece de forma aguda (de repente) e podem apresentar como sinais clínicos desde paralisia das patinhas, ficando paraplégico ou tetraplégico dependendo da localização da lesão, dor, ataxia (incoordenação motora), déficit proprioceptivo (fraqueza) e perda da dor profunda ou seja, da sensibilidade nervosa.

A lesão da extrusão de disco acontece de uma hora para outra. O animal está normal e de repente começa apresentar alterações de locomoção, dor ou incoordenação motora. É bastante comum.

O tratamento da Hansen tipo I pode ser medicamentoso, com a fisioterapia e cirúrgico em casos mais graves. O tratamento com a fisioterapia é indicado para todos os graus de lesão de hérnia de disco.

O que devo fazer se meu cão apresentar sintomas de hérnia de disco (paralisar as patas, sentir dor ou andar cambaleando)?

O ideal é manter ele em repouso absoluto (deixar em um local confinado em casa) e levar o mais breve possível para atendimento veterinário.

Quando a fisioterapia pode auxiliar no tratamento de hérnia de disco?

A fisioterapia no tratamento de hérnia de disco do tipo I é altamente indicada para todos os graus de lesão, desde o paciente que sente dor até o paciente que apresenta paralisia das patinhas. Animais que passaram por cirurgia de hérnia de disco tem a indicação de iniciar a fisioterapia veterinária logo após a cirurgia.

 

Protrusão de disco (Hansen tipo II) – mais comum em cães de grande porte acima dos 7 anos de idade, principalmente nas raças pastor alemão e labrador, a protrusão de disco é uma doença que acontece de forma lenta e progressiva, muitas vezes o cão inicia apresentando dificuldade de se levantar e arrasta a ponta dos dedos no chão ao caminhar e com o passar dos meses e anos vai piorando a lesão chegando até mesmo a paralisar as patas.

O tratamento da hérnia de disco em cães por protrusão pode ser medicamentoso, com a reabilitação (fisioterapia, acupuntura, ozonioterapia ente outros) e cirúrgico. Quanto antes iniciar o tratamento e os sintomas clínicos forem mais leves, melhor é a resposta ao tratamento do paciente.

A artrose é uma doença articular (DAD) degenerativa, progressiva, crônica, não infecciosa e com evolução lenta. Ela ocorre devido a uma degradação da cartilagem articular, causada por uma alteração anormal da articulação gerando uma instabilidade nesta, podendo ser por uma fratura, ruptura de ligamento, bem como por alterações causadas pelo envelhecimento, excesso de peso, exercícios que exigem impactos repetitivos.

O animal com artrose inicialmente apresenta claudicação do membro afetado após exercício, andar rígido e pouca dor, mas com o tempo ele tem alteração de postura, dificuldade de locomover, de levantar e sentar, dor na articulação, inchaço local, diminuição da mobilidade articular e em casos mais graves pode ocorrer atrofia muscular.

Pode ser classificada como primária ou secundária, dependendo da causa. A osteoartrite primária é classificada como distúrbio da senilidade em que há degeneração cartilaginosa por razões ainda desconhecidas. A osteoartrite secundária acontece em resposta à instabilidade articular, sobrecarga articular anormal ou em resposta a outra afecção articular vigente (artrite séptica ou imunomediada). A osteoartrite secundária é a mais observada em cães de pequeno porte.

 

A displasia coxofemoral é o desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral, caracterizado por incongruência articular da cabeça do fêmur com o acetábulo causando subluxação ou luxação completa da articulação em pacientes mais jovens ou artropatia degenerativa leve a grave em pacientes mais idosos. Pode acometer cães e gatos de todos os tamanhos, mas é mais observada em cães de grande porte principalmente nas raças pastor alemão, labrador, golden retriever, buldogue ingês, entre outros.

Gatos com displasia coxofemoral apresentam como sintomas clínicos dificuldade de subir em locais altos, dificuldade de entrar e sair da caixinha de areia, dificuldade em defecar entre outros.

As causas são multifatoriais: fatores hereditários e ambientais participam do desenvolvimento ósseo e tecido mole anormais. Ganho de peso rápido e crescimento por meio de consumo nutricional excessivo podem causar disparidade de desenvolvimento dos tecidos moles de sustentação.

Podem ser observadas alterações como claudicação (mancar), dor leve a severa na região coxofemoral, dificuldade em subir no carro, sofá, escadas, diminuição de atividade, diminuição do apetite, entre outros nos pacientes acometidos pela displasia coxofemoral.

Existem diversos tratamentos para displasia coxofemoral desde o tratamento conservador com medicação e fisioterapia até o tratamento cirúrgico com diversas técnicas como deenervação, Prótese total de quadril, colocefalectomia e, em animais em fase de desnvolvimento, sinfisiodese púbica juvenil, osteotomia dupla e tripla.

O tratamento com fisioterapia da displasia coxofemoral pode ser feito no pós operatório ou também de forma conservadora, sem a necessidade de cirurgia um muitos casos.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Assim que os sintomas clínicos serem observados tendo realizado cirurgia ou não.

É uma necrose asséptica não inflamatória da cabeça femoral que ocorre em pacientes jovens antes do fechamento da fise da cabeça femoral. Conhecida também como osteocondrite dissecante da cabeça femoral e doença de Legg-Perthes.

Predominante em cães de raças toys e pequenas, como Yorkshire, Lulu da Pomerânia (Spitz Alemão), Poodle, Lhasa Apso, entre 4 e 11 meses de idade, a doença afeta ambos os sexos e pode ser bilateral em 12% a 16,5% dos casos.

Os sinais clínicos vão de dor ao caminhar até impotência funcional do membro afetado. Pode ser unilateral ou bilateral. É bastante comum pacientes que tiveram necrose asséptica da cabeça do fêmur apresentarem luxação de patela.

O tratamento da necrose asséptica da cabeça do fêmur é cirúrgico com a colocefalectomia ou prótese total de quadril seguido da fisioterapia no pós operatório.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

No pós operatório imediato.

A RLCCr ou Insuficiência do ligamento cruzado cranial é umas das afecções ortopédicas mais comuns em cães, ela acontece em animais de qualquer tamanho, peso, idade e raça por diferentes motivos, desde um desgaste ligamentar natural que acontece nos cães idosos, por alteração na angulação da articulação do joelho (ângulo do platô tibial elevado), excesso de exercício e queda. A chance da lesão acontecer em cães obesos aumenta por causa da sobrecarga de peso nas articulações. Cães obesos não tem predisposição maior a romper o ligamento, mas o excesso de peso aumenta a sobrecarga sobre os ligamentos, músculos e tendões.

Cães das raças Poodle, Labrador, Golden Retriever, Pit Bull, Buldogue Inglês, Chow Chow, Rottweiller apresentam maior predisposição racial. É frequente a ruptura do ligamento cruzado cranial bilateral já que 30 a 40% dos animais que apresentam RLCCR rompem o ligamento oposto em 2 anos.

Os principais sinais clínicos da ruptura de ligamento cruzado cranial em cães são dor, desconforto ao caminhar, claudicação (animal mancando), perda de musculatura, diminuição do apetite (pela dor)e pode também deixar de apoiar a pata no chão.

O tratamento da RLCCr é o cirúrgico seguido da fisioterapia no pós operatório. As principais técnicas cirúrgicas são TPLO (Ttibial Plateau Leveling Osteotomy), TPLO-M, TPLO double cut, CCWO, CBLO, TTA (Tibial Tuberosity Advancement), EVOLIG, fáscia lata e técnica do fio (sutura anti-rotacional).

Em animais pequenos existe também a possibilidade de fazer o tratamento conservador para a RLCCr sem a necessidade cirúrgica associando medicação para dor com a reabilitação animal, onde será trabalhado o controle da dor associado ao ganho de massa muscular com a utilização da esteira aquática para animais além de outros aparelhos.

A ruptura de ligamento cruzado em gatos existe, mas é mais difícil de acontecer se comparada aos cães, o tratamento com a fisioterapia e acupuntura veterinária apresenta um bom resultado.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Logo após o aparecimento dos sintomas da doença ou no pós operatório imediato.

Bastante comum em cães de pequeno porte, mas também afetando cães de grande porte e gatos, a luxação de patela pode ser medial ou lateral e acontecer em diferentes graus de acordo com as anormalidades musculoesqueléticas  associadas, tais como deslocamento medial do grupo quadricipital,  deformidades ósseas como torsão lateral do fêmur distal, arqueamento lateral do terço distal do fêmur, deformidade tibial principalmente um deslocamento lateral ou medial da crista da tíbia.

Em cães pequenos, a luxação de patela medial é mais comumente observada enquanto a luxação de patela lateral é mais vista em cães de grande porte. Em gatos a luxação de patela pode ser medial ou lateral.

Graus de luxação de patela

Grau I: a patela sai do lugar com a manipulação e, ao soltar e mobilizar o membro volta para o lugar de origem.

Grau I: a patela pode ser deslocada com manipulação manual ou com uma flexão da articulação do joelho. A patela permanece luxada até a redução manual do examinador  ou ser reduzida espontaneamente. Nesse caso já podem ser observadas deformidades angulares ósseas.

Grau III: a patela permanece luxada na maior parte do tempo, mas pode ser reduzida manualmente, porém, após a redução manual, a flexão e extensão do membro ela volta a luxar. Nesse caso já podem ser observadas deformidades angulares ósseas e deslocamento medial do grupo quadríceps.

Grau IV: a patela permanece luxada em tempo integral não sendo possível a redução dela para o seu local de origem normal chegando às vezes ser muito difícil localizar a patela. Nesse caso já podem ser observadas deformidades angulares ósseas tanto do fêmur quanto da tíbia e deslocamento medial do grupo quadríceps

 

O tratamento da Luxação de patela é cirúrgico nos graus II, III e IV seguido de fisioterapia. Muitas vezes é necessário realizar fisioterapia pré operatória para melhorar a condição muscular. Existem diversas técnicas cirúrgicas no tratamento as osteotomias corretivas como a DFO, TTT (Tibial Tuberosity Transposition), CBLO, TPLO-M (Ttibial Plateau Leveling Osteotomy), Prótese troclear e Trocleoplastia.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Logo após o aparecimento dos sintomas da doença, o quanto antes iniciar o tratamento, melhor será para o paciente, ou no pós operatório imediato. A fisioterapia pré operatória é indicada para melhora da condição muscular antes da cirurgia.

As afecções ortopédicas do ombro são consideradas as principais causas de dor e claudicação em membros torácicos de cães adultos. Embora a claudicação seja notável, sua origem pode ser óssea, articular, musculotendínea ou até mesmo relacionada aos ligamentos periarticulares.

O ombro é uma articulação livre com movimentos de flexão e extensão predominantes. Assim, a articulação depende fortemente dos ligamentos para suporte e estabilidade em conjunção com a cápsula articular e estabilizadores ativos do ombro.

Tenossinovite bicipital –  é um processo inflamatório do tendão do bíceps e sua bainha sinovial. É observada com maior frequência em cães de médio à grande porte, de meia idade, não havendo predisposição sexual. A causa provável envolve uso excessivo da musculatura (saltos, impactos, movimentos rápidos com o ombro flexionado e o cotovelo extendido) juntamente com microtraumas repetidos envolvendo o tendão (corridas, saltos, quedas). Cães com tenossinovite do tendão do bíceps comumente apresentam histórico de claudicação exacerbada durante ou após atividade física. À palpação direta do tendão percebe-se dor e desconforto.

Osteocondrite dissecante (OCD)- pode acontecer em diversas articulações como ombro, cotovelo e joelho. É a instalação do processo inflamatório devido à formação de retalho de cartilagem, que pode estar na superfície articular ou livre no espaço sinovial.  Uma das causas mais importantes de claudicação em cães jovens, entre 4 e 8 meses, principalmente os animais de raças grandes e gigantes, de crescimento rápido.

O principal sinal clínico observado em cães é a claudicação (quando animal está mancando), que se apresenta difusa e com intensidade variada, sendo a OCD a causa mais comum de claudicação em cães jovens, podendo estar presente atrofia muscular em casos mais crônicos e também necrose articular.

Luxação de ombro– existem duas formas mais comuns, a luxação medial e a luxação lateral de ombro. Geralmente a luxação medial de ombro acomete os animais de pequeno porte e é congênita, existe uma instabilidade, porém não causa dor, o animal apoia o membro.

Na luxação lateral todos os portes de animais são acometidos, geralmente é traumática e causa dor, o animal vai ficar com o membro flexionado todo o tempo, não apoiando ele no chão.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Imediatamente após verificar que o animal está poupando a pata, para diagnóstico e início do tratamento rápidos, afim de diminuir as chances do desenvolvimento das artroses precoces. Se o animal já foi diagnosticado e encontra-se em tratamento, segue indicada a fisioterapia imediata, pois quanto antes os equipamentos agirem sobre as cartilagens, melhores os resultados de desempenho e devolução da qualidade de vida do paciente.

A displasia de cotovelo é vista nos cães como dificuldade em flexionar e estender o cotovelo, dor e crepitação na movimentação dessa articulação. Em casa alguns sinais que podem ser percebidos pelos tutores incluem claudicação (mancar), restrição em o animal se levantar, recusar descer e subir de objetos, escadas e veículos, passar a comer deitado ao invés de em pé.

É uma doença causada por uma incongruência articular do cotovelo composta por um conjunto de quatro alterações, como serão vistas a seguir. Pode acontecer em animais jovens e idosos.

Fragmentação do processo coronoide (FPC)

A etiologia ainda é desconhecida, mas se sugere duas teorias: (1) a FPC pode resultar de uma lesão de osteocondrose em que a destruição da ossificação endocondral do processo coronoide o deixa vulnerável a degeneração, necrose e formação de fissuras da cartilagem; ou (2) uma incongruência articular no cotovelo congênita (de nascimento), pelo crescimento não sincronizado entre rádio e ulna (que faz que a ulna fique mais longa que o rádio por um tempo durante o processo de crescimento) pode resultar em aumento nas forças de sustentação de peso sobre o processo coronoide medial, o que precipita a formação de fissuras e fragmentação.

Geralmente afetam-se cães de raças grandes (Labradores, Goldens, Rotweillers, Pastores Alemães, Chow-chows…). O processo patológico inicia quando os cães são imaturos, com os sinais clínicos ficando aparentes pela primeira vez entre 5-7 meses de idade.

Ocorre uma claudicação de membro dianteiro, que piora após o exercício, podendo ser aguda ou crônica. Normalmente, os tutores relatam que o animal fica rígido pela manhã ou após o repouso. Pode haver histórico de traumatismo concomitante.

A marcha pode ser rígida e caso encontre-se presente claudicação bilateral (nos dois membros anteriores), o animal pode caminhar com os passos encurtados.

 

Não união do processo ancôneo (NUPA):

É uma doença que afeta cães de grande porte, em fase de crescimento, em que o processo ancôneo não forma união óssea a ulna (osso do antebraço). O processo ancôneo surge como um centro secundário de ossificação no cotovelo com 11 a 12 semanas de idade. Ele não se funde a ulna antes de 4 a 5 meses de idade, portanto o diagnóstico de NUPA não pode ser feito antes dessa idade.

A falha na ossificação endocondral oportuna da ligação do processo ancôneo com a ulna induz espessamento, necrose e fissuras de cartilagem. O estresse de sustentação de peso nessa cartilagem anormal causa a falha na união da ulna.

O animal apresenta-se com claudicação no membro afetado, dor, dificuldade em estender e flexionar o cotovelo e edema.

 

Deformidade de crescimento de rádio e ulna:

Deformidades de crescimento correspondem à conformação anormal de um membro após o fechamento prematuro de uma fise.

 Ocorrem frequentemente por causa do sistema ósseo pareado e da forma exclusiva da fise ulnar distal. Sendo o crescimento sincronizado do rádio e da ulna em cães essencial para o desenvolvimento de um membro anterior normal. O rádio recebe 40% de seu comprimento a partir da fise proximal e 60% a partir da fise distal, enquanto 85% do comprimento ulnar provém da fise distal, com a fise proximal contribuindo com apenas 15%.

Na maioria dos cães, o crescimento se acelera com rapidez durante o 4º a 6º mês e diminui no 9º ou 10º mês. Esse período varia de acordo com a raça (cães menores amadurecem mais rápido que cães maiores), logo é uma alteração que inicia em cães durante o primeiro ano de vida.

Então, as deformidades angulares dos membros podem decorrer de más-formações ósseas, consolidação inadequada de fraturas ou fechamento precoce das linhas fisárias dos ossos longos.

Como consequência a deformidade de crescimento de rádio e ulna, o animal apresentará displasia de cotovelo e alteração de desvio angular em articulação do carpo.

 

 

 

Identificando esses sinais quando começar a fisioterapia?

Quanto antes conseguir começar melhor! Após a decisão sobre o tratamento (cirúrgico ou conservador), a fisioterapia deve iniciar para reduzir a dor causada pelos processos degenerativos decorrentes da Displasia de Cotovelo.

O sistema nervoso periférico são todos os nervos que não fazem parte do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). O cérebro manda informação para a medula e esta para os nervos periféricos que estão ligados a esta transmitindo as informações para o corpo do animal, fazendo com que ele realize todas as suas funções, desde andar até respirar. Ou seja, os nervos periféricos são responsáveis pelas atividades das extremidades e suas funções sensitivas e motoras.

Uma lesão de nervos periféricos causa uma interrupção na transmissão dos impulsos nervosos e das atividades funcionais, gerando perda da sensibilidade, fraqueza muscular e diminuição da massa muscular.  Essas lesões podem ser causadas por traumas, tumores, distúrbios hereditários, metabólicos, infecciosos ou inflamatórios, intoxicações por compostos tóxicos como também medicamentosos.

Quando começar o tratamento de fisioterapia?

A fisioterapia apresenta um resultado favorável no tratamento de lesões de nervo periférico quando não houver uma secção completa do nervo ou uma lesão por esmagamento. Esse tipo de lesão pode levar meses para que a reabilitação.

É uma doença de coluna de alta incidência em cães de grande porte que afeta a coluna vertebral na porção final na região lombo sacra. As raças mais acometidas são o Pastor Alemão, Boxer, Labrador, Golden Retriever, Rottweiller. A síndrome da cauda equina em cães pode acontecer por diversos fatores e piorar o quando dela devido a instabilidade lombo sacra, espondilose e artrose na coluna vertebral.

 A Síndrome da Cauda Equina recebe este nome pois é um conjunto de sinais que comprometem as raízes nervosas que, na região lombo sacra se juntam parecendo uma cauda de cavalo.

Quando ocorre alguma alteração nesta região provoca uma compressão destas raízes nervosas gerando dor na coluna na região afetada, o animal apresenta dificuldade de se levantar, dificuldade de locomoção, atrofia dos músculos dos membros pélvicos, incoordenação motora (andar bêbado, cambaleante), e o animal fica com a cauda flácida e sem movimento, pode levar a incontinência urinária e/ou fecal até automutilação.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Imediatamente após a identificação ou suspeita desses sinais citados, pois quanto antes começar o tratamento maiores as chances de resposta!

Síndrome de Wobbler, também conhecida como espondilomielopatia cervical é uma estenose do canal vertebral, associada com uma compressão mais severa em algum ponto da coluna vertebral cervical, causada por hérnia de disco intervertebral ou má-formação óssea. A causa do síndrome de Wobbler é desconhecida, embora se suspeite de ligações ao rápido crescimento e à genética.

A compressão da medula espinhal por compressões ósseas é mais comum em cães de raças gigantes como o Dogue Alemão, geralmente com menos de 3 anos de idade. Compressão causada por herniação do disco intervertebral associada a uma diminuição natural do canal vertebral é mais comum em raças de grande porte como o Dobermann, depois dos  4 ou 5 anos.

O sinal clinico clássico em cães com síndrome de wobbler é a ataxia proprioceptiva (incoordenação motora) nos membros traseiros. O andar é incoordenado com passadas de amplitude exagerada, geralmente com base aberta. Quando a paresia (fraqueza) também está presente, pode-se ouvir os cães arrastando as patas e podemos visualizar as unhas gastas. O envolvimento dos membros anteriores tende a ser menos óbvio na maioria dos casos, mas com uma avaliação cuidadosa da locomoção geralmente observa-se passadas com amplitude reduzida, fraqueza e/ou incoordenação.

O cão severamente afetado move-se de forma cambaleante, semelhante a uma pessoa embriagada. Esta descoordenação evidencia-se mais quando o cão caminha e é movido rapidamente a dar a volta. Um proprietário desavisado pode simplesmente concluir que o seu cachorro é apenas desajeitado ou trapalhão, quando na verdade ele já poderá estar com fortes dores e incapacidade de utilizar os membros normalmente.

Quando começar o tratamento da fisioterapia?

Quando houver suspeita ou forem identificados alguns sinais acima, a fisioterapia pode iniciar de imediato, atuando como anti-inflamatório e regenerador dos neurônios da medula espinhal que possam estar afetados ou comprimidos pelas herniações de disco.

A dor é uma sensação complexa que pode afetar tanto o corpo quanto o estado emocional de um animal. Varia muito de um pet para outro e pode ser causada por diferentes motivos, desde lesões até doenças crônicas. A fisioterapia desempenha um papel importante no tratamento da dor, ajudando a aliviar o desconforto e melhorar a qualidade de vida dos animais. Ela utiliza uma variedade de técnicas, como exercícios terapêuticos, massagens e uso de equipamentos especializados como magnetoterapia, laser entre outros, para tratar a origem da dor, seja ela causada por problemas nos músculos, nas articulações, artrose ou nos nervos. Ao entender o tipo de dor e como ela afeta o animal, a fisioterapia pode ser direcionada para oferecer alívio efetivo, promovendo a recuperação e o bem-estar do pet.

O manejo da cinomose em cães necessita de uma estratégia integrada que combina assistência médica e fisioterapia veterinária para auxiliar na recuperação e reabilitação. A fisioterapia desempenha um papel crucial, oferecendo exercícios direcionados, massagens, estimulação elétrica e terapia térmica para melhorar a mobilidade, fortalecer os músculos, aliviar a dor e promover a reabilitação neuromuscular. Contudo, é essencial que este tratamento seja parte de um plano de cuidados abrangente, sob orientação de um veterinário especializado, garantindo uma abordagem segura e personalizada para cada cão afetado por esta condição viral grave.

A prevenção e o tratamento da obesidade são muito importantes, pois cães que sofrem deste distúrbio são sujeitos a muitas doenças, a diminuição da resistência e complicações cardio-pulmonares, que podem diminuir a estimativa de vida do seu companheiro. Exercícios associado ao acompanhamento de um veterinário especializado irá auxiliar para seu pet ter mais qualidade de vida.

Com o auxílio da fisioterapia, feridas de difícil cicatrização como, por exemplo, as escaras de decúbito, podem ser curadas com maior rapidez e eficácia.

Devido à evolução da Medicina Veterinária e aos maiores cuidados dos tutores, atualmente, felizmente os nossos companheiros estão vivendo mais tempo.
Uma consequência natural é eles apresentarem problemas comuns relacionados com a idade, como câncer, enfermidades hormonais, cardíacas e renais.

Além do tratamento clínico específico com o Médico Veterinário, precisamos ter uma visão global do paciente e dar suporte para fazê-lo vencer ou amenizar a luta contra essas doenças. Pensando nisso, oferecemos terapias como acupuntura e outras técnicas que promovam controle da dor e bem-estar geral.